Wednesday, September 3, 2008

Cheiro a Parvoíces

Eu podia ter ido ter contigo mesmo antes de partires.. eu podia ter feito uma data de coisas por ti, mas não me deixaste. Ainda assim, após tanta nega e tamanha ausência ainda estava disposta a passar a noite em claro. E acordei cedíssimo só para enviar uma sms.. Parvoíces.

Meias-palavras e entrelinhas são giras, bem sabes como gosto delas, de brincar com os termos e moldar às frases às minhas necessidades. Dizer nada mas estar lá tudo, ou falar tudo nem nada dizer, mas às vezes essas dubiosidades não são suficientes. Nesses dias não o foram e agora também não me chegam. Se calhar com um abraço tudo teria sido diferente...

Sei que andaste super ocupado e que vieste com objectivos profissionais. Por isso estive disponível o mais que pude, e tentei sempre dizer-to, para que o soubesses, para também eu sentir que fazia alguma coisa por nós, para nunca me arrepender do que não fizesse, e quantas mensagens foram!, para que me avisasses de quaisquer 5 minutos que pudesse haver, no matter when or where or how...

Tinha tantos planos.. Para passeios não ia dar, certamente, nem jantares fora nem serões fora de casa. Mas haveria os jantares em casa, ou pelo menos os serões em casa. Um café a meio da tarde? Uma boleia de carro? Tantas hipóteses no papel e nenhuma concretizada. Havia filmes, montes de livros e imensas conversas a haver. Queria contar-te tanta coisa, mostrar-te tanto... este meu mundinho a cores e a preto e branco.

Ainda assim, nem sim nem sopas. Nem te decides e queres mesmo, nem deixas de querer. “Promessas perdidas escritas no ar”... E eu à espera. Qual teenager, mesmo à beira do telefone. Sempre à espreita, sempre à tua procura. E isso não mata, mas mói... E dói...

Foste um idiota. E eu uma parva. Por acreditar.


3 comments:

Anonymous said...

Definições (II)

Anonymous said...

Gosto do teu blog. Tantas palavras que me são familiares, como memórias de aromas, precisamente...

carla susana said...

Estou encantada… tens coisa que só conheço em mim, o "fetiche por cicatrizes", devoradora de livros, peal jam… o cheiro das coisas: rapaz que passou pela minha vida com cicatrizes cheirava a hortelã, ontem de manhã cheirava à quinta dos meus avós quando eu era criança, um cheiro que só acontece quando o pasto está seco e caem as primeiras maresias, um cheiro intenso que faz comichão no nariz…; a estupidez sentimentalista de ficar magoada quando as pessoas não corresponde aos nossos sonhos, e ainda assim acreditar que eram quase principes… no fundo existem sempre pessoas que ainda com vidas diferentes tem gostos semelhantes, ou não.
P.S.- odeio melancia, e o cheiro dá-me nauseas.
bj