"É através dos olhos que o amor chega ao coração, pois estes são os seus guardiões e procuram aquilo que ao coração agradaria possuir." P.P., 1993
Estava escrito num canto rasgado de uma folha de caderno A4 e guardei o papel até hoje, deve ainda estar amarelecido por entre as páginas de um diário esquecido em caixotes de mudanças. Decorei a frase naquela altura e nunca a consegui esquecer - a mensagem sempre me pareceu tão profunda que me faz pensar. Ou então acontece alguma coisa na minha vida que me reporta a essa frase e pasmo-me de o quão sábio aquele "miúdo" de apenas 13 anos já era.
Como ontem. Ontem vi-te, pela primeira vez. Já te vejo há muitos anos e, como em todas as histórias, eras o amigo do irmão da minha amiga, mas nunca soube quem realmente eras, eras alguém que andava por ali, mais ou menos conosco. E ainda não sei quem és. Mas agora apetece-me descobrir.
Lembro-me de ti aos pinotes. Completamente irrequieto, eléctrico, chegavas a parecer quase, ou até, desregulado. Em 12 anos passaram-se duas vidas pelo meio e apareceste-me como se de uma pessoa nova se tratasse. Foste uma (re)descoberta.
Nem te reconheci. Só quando chegaste mesmo ao pé de mim trazendo um sorriso enorme nos lábios e dizendo "Olá Eva, há quanto tempo! Tudo bem contigo?" e me pregaste dois beijinhos na face é que me dei conta de que eras tu. E num milésimo de segundo, como nos filmes, passaram mil recordações pelo meu cérebro e ficou a pairar no ar aquela questão: "onde estiveste este tempo todo?"
Senti aquele baque inicial que não soube descrever e passei a noite a observar-te. Criaste uma postura, uma atmosfera, uma atitude. Fizeste-te Homem, e um homem bem interessante.
Foi uma noite de flirt como há muito não tinha. Sorrias, com esse sorriso enorme que te ilumina o rosto e parece que cria uma aura em teu redor. O teu sorriso é mágico. E contagiante, passei o tempo todo a combater os sorrisos que instintivamente se queriam formar no meu rosto. Tarefa impossível :)
As pernas ficaram bambas, havia um friozito no estômago e não dormi quase nada só a pensar nas sms que te tinha mandado e na próxima vez que te veria. Quero muito ver-te. Porque os sorrisos e as pernas bambas me dizem que és especial, e toda a tua linguagem gestual me dizia que sentiste que sou especial. E eu vou descobrir o quão especial és.
Saturday, March 29, 2008
Monday, March 24, 2008
Cheiro a Saudades...
Numa destas noites sonhei contigo. Acordei bem disposta, imaginava-te por perto e passei o dia todo a recordar...
No sonho estavas perto, sentia-te meu, aproximavas-te de mim discretamente mas ao mesmo tempo evitavas-me. Não te compreendia mas estava feliz por estares por perto. Tinha tantas saudades tuas! Falámos muito, não me lembro bem de quê, rimos tanto e apeteceu-me imenso ver-te novamente e atirar-me para os teus braços, dizendo-te, finalmente, tudo o que ficou por dizer naquele dia... Naqueles dias.. Naquelas semanas...
Tudo saudades, muitas, de um tempo que há-de vir...:)
No sonho estavas perto, sentia-te meu, aproximavas-te de mim discretamente mas ao mesmo tempo evitavas-me. Não te compreendia mas estava feliz por estares por perto. Tinha tantas saudades tuas! Falámos muito, não me lembro bem de quê, rimos tanto e apeteceu-me imenso ver-te novamente e atirar-me para os teus braços, dizendo-te, finalmente, tudo o que ficou por dizer naquele dia... Naqueles dias.. Naquelas semanas...
Tudo saudades, muitas, de um tempo que há-de vir...:)
Wednesday, March 19, 2008
Cheiro a Não Querer
Eu não queria. Naquela noite, naquele dia, naquela semana. Eu não queria. Para mim, já não fazia sentido. Tinha sido um flirt de Verão. Um flirt mágico, doce, cheio de sintonia e algo que não sentir naquela altura. Tinha o coração dorido, amargurado pelos eventos recentes e não me sentia preparada para ter alguém na minha vida. Nem tu. Tu também ficaste surpreso pelo modo como as coisas aconteceram entre nós, a surpresa que ambos tivémos.
Lembro-me de fumar um cigarro que não queria e de nos ter trancado no teu carro. "Não saímos daqui enquanto não me deres um beijo". E beijei-te. E escorregaste pelo banco abaixo, de tão amedrontado que ficaste. Teve piada :)
E anos mais tarde houve outra pessoa que entrou à força no meu carro e me disse as mesmas palavras. E eu escorreguei pelo banco abaixo :) E ele conquistou-me e levou-me consigo nessa noite. Mas essa é outra história...
Lembrei-me da nossa história porque passei naquela rua. Naquela noite de Inverno mal me tinha despedido de ti e dos amigos, evitava-te a todo o custo porque ambos sabíamos que a longo prazo não ia resultar. E já éramos amigos há tantos anos que seria uma pena deixarmos de o ser.
Fiz uma aposta comigo mesma: "Passo lá na sua porta. Se o carro estiver, mando uma sms. Se não estiver, esqueço-o de uma vez por todas." E, na eventualidade (muito pouco provável) de ele lá "estar próximo do carro, encaro as coisas e falo com ele".
Matematicamente, não ia acontecer. E tem graça que a nossa relação vivia da matemática. Mas tinha de ser. Passei à tua porta e estavas dentro do carro. Estavas lá parado, a pensar, provavelmente no mesmo que eu. Cumpri o meu trato, abri a janela, convidei-te a entrar e fomos para longe. Para muito longe... E esquecemos o porquê de não querermos estar juntos.
Lembro-me de fumar um cigarro que não queria e de nos ter trancado no teu carro. "Não saímos daqui enquanto não me deres um beijo". E beijei-te. E escorregaste pelo banco abaixo, de tão amedrontado que ficaste. Teve piada :)
E anos mais tarde houve outra pessoa que entrou à força no meu carro e me disse as mesmas palavras. E eu escorreguei pelo banco abaixo :) E ele conquistou-me e levou-me consigo nessa noite. Mas essa é outra história...
Lembrei-me da nossa história porque passei naquela rua. Naquela noite de Inverno mal me tinha despedido de ti e dos amigos, evitava-te a todo o custo porque ambos sabíamos que a longo prazo não ia resultar. E já éramos amigos há tantos anos que seria uma pena deixarmos de o ser.
Fiz uma aposta comigo mesma: "Passo lá na sua porta. Se o carro estiver, mando uma sms. Se não estiver, esqueço-o de uma vez por todas." E, na eventualidade (muito pouco provável) de ele lá "estar próximo do carro, encaro as coisas e falo com ele".
Matematicamente, não ia acontecer. E tem graça que a nossa relação vivia da matemática. Mas tinha de ser. Passei à tua porta e estavas dentro do carro. Estavas lá parado, a pensar, provavelmente no mesmo que eu. Cumpri o meu trato, abri a janela, convidei-te a entrar e fomos para longe. Para muito longe... E esquecemos o porquê de não querermos estar juntos.
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