Friday, July 4, 2008

Cheiro a Primeiro Abraço - 13 anos depois

És a minha musa inspiradora. Sempre que venho de um encontro contigo que me sinto assim, leve e sonhadora, cheia de idéias e mil palavras para escrever. Como agora. Um turbilhão de sensações, mil cores e tonalidades que penetram a minha alma e se apoderam de mim. Não descanso até me poder sentar ao laptop e transformá-las nisto. Um texto que reflicta o que sinto. Que perpetue para sempre a importância que este momento teve para mim, que alimente a minha memória de ti. Porque és importante. Porque és especial. Porque és único. E porque às vezes tenho a sensação de que estou à TUA espera.

És uma fonte de inspiração. Só agora me apercebi disso e acho que há muitos anos que o és. Quando ouço a tua voz fico feliz, sinto-me segura. Quando te vejo sinto-me em paz, sinto-me livre, sinto-me EU. Tens o dom de me fazer encontrar-me a mim própria. Mas esta não é a primeira carta que te escrevo. Algo me diz que esta vais ler, talvez em breve.

Cometi um erro muito grave contigo: menosprezei o teu interesse em me voltares a ver depois de anos de cumplicidade overseas, desprezei uma promessa tua e omiti-te um facto. Senti-me consumida pela culpa durante largos anos e hoje em dia apenas consigo pensar nisso porque finalmente somos amigos. Não sei o que pensas sobre o assunto mas espero um dia poder compensar-te e que me possas perdoar.

Quando tu reapareceste eu estava à espera de te encontrar diferente. Escrevi estas linhas há anos e ainda hoje tinha o mesmo receio. Ia ver-te ao fim de um ano, talvez dois. Estava já desanimada há uns tempos por não te conseguir contactar, e o dia dos teus anos não foi excepção. Lembro-me de sentir uma grande tristeza ao perceber que aquele número já não era teu. E com essa tua alma de borboleta já poderias estar em qualquer parte do Mundo. Por um segundo senti que te perdera para sempre... Daí que tenha sido uma surpresa enorme quando me ligaste. Fiquei alegre, contente e até ouso dizer, feliz! Ia ver-te... Tinha um burburinho na barriga, um leve sorriso nos olhos e muita vontade de sonhar. E escrever.

Hoje não foi um encontro diferente e pude ver que tu não mudaste nada. O tempo passou por ti e deixou-te com alguns cabelos grisalhos charmosos, a vida magoou-te e deixou-te rugas de personalidade, tornaste-te menos rebelde e assumiste uma postura (mais) respeitável no mercado de trabalho. Mas o teu sorriso é o mesmo. Singelo, livre, puro. E manténs o teu sentido de humor mordaz, a primeira coisa que vi em ti há 13 anos atrás.

És a (outra) borboleta da minha vida: leve, livre, sonhadora, voas por esse mundo fora e lá de vez em quando vens mostrar a tua elegância e cativar a minha atenção. Sei que nunca te tenho por muito tempo, mas preenches-me a alma de tal maneira que sei deixar-te partir. Tu vais, e lá de vez em quando voltas.

O nosso percurso é feito de encontros e desencontros, migrações e viagens, cafés, cinemas, serões e as horas antes de ir para o aeroporto. Antes de eu partir, antes de tu trabalhares. As voltas que a vida dá. Sai um de uma relação, entra o outro noutra. A vida é assim, prega-nos partidas. Preciso melhorar os meus timings e aparecer na tua vida numa altura em que estejas livre e bem, e eu te consiga arrebatar e aprivoiser. Como a raposa e o Principezinho. Faço mil planos, imagino muitas conversas e prevejo olhares. E muitos serões no sofá...

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