Tuesday, July 1, 2008

Cheiro a Lua de Verão

Rendi-me a Placebo há um ano atrás. Fiz duas viagens de 2 horas no mesmo dia para ir de propósito ver Pearl Jam a um festival situado em cascos de rolha. O concerto foi o que sempre esperei, eles não mudaram rigorosamente nada, mas na realidade foi a banda que tocou antes deles que me fez vibrar, querer pular e ser teenager novamente para os poder ouvir melhor. Saí do concerto rendida, uma fã quase incondicional, e, dada a energia que me transmitem e a envolvência que promovem, são até hoje os meus companheiros das grandes viagens.

Surgiu agora uma nova recordação ao som de Placebo. Olhaste para os meus CDs e escolheste aquele. Eu procurava um mais calminho, para um clima mais soft, afinal a noite estava a ser intemporal, mas tu escolheste aquele e fomos para a varanda beber uma cerveja. A noite era quente, o Verão já prometia e observámos um fenómeno raro da Natureza. A Lua subia atrasada, às 2h da manhã apenas, enorme, vermelha, inchada de orgulho. Um contraste enorme sobre as dezenas de luzes amarelas circundantes. Foram momentos rápidos e impressionantes, nunca tinha visto algo do género. E tu ensinaste-me umas coisas sobre os astros, que tanto admiras, partilhando comigo aquele momento que se calhar era só teu.

Ao fim da noite, quando viste os meus livros e te lembraste que eu era uma devoradora deles perguntaste-me se eu também escrevia. Cá estou eu... Parece instintivo, tinha de escrever sobre as horas que passámos juntos. Foram especiais, foram reais, foram verdadeiras. Eu fui eu e tu foste tu. Fiéis. E queríamos estar ali. Com as mazelas que ambos temos, mas ainda assim fomos que somos, quem outrora fomos. E pensar que nunca fomos “alguém” um para outro e, no entanto, fomo-lo nesta noite que passou.

Foram 7h, foi quase um dia... Mais parecia um leve múrmurio. Encontrámo-nos ao fim da tarde e obriguei-te a andares a pé comigo.

Foi tudo uma agradável surpresa. Toques [aqui parei para suspirar quando me lembrei de me teres agarrado pela cintura à saída do restaurante], olhares, piadas, coisas de amigos, de compinchas, recordações daqueles tempos despreocupados... A conversa fluía e o ambiente era relaxado e casual. Estávamos mesmo bem ali, juntos, e parecia que a noite não ia ter fim. Depois do jantar propuseste um copo, depois do copo perguntaste o que eu queria fazer e assim...

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