Aquele ombro. Sinto a claridade da manhã entrar no quarto e deixo-me acordar. A meu lado o ombro, aquele ombro. Os contornos daquele ombro.
A dança é sedução, a dança do ombro. A pista de dança foi o meio de seduzir até mais não aguentar e ter de fugir para casa. Havia toques subreptícios, olhares, palavras, sei lá que mais... Dançar é quase fazer amor.
E em seguida observo os braços, simples e quase nús, escondendo os tímidos músculos que se revelariam apenas mais tarde. Uma mistura de recordações e emoções apodera-se de mim.
Abraçados no sofá, pele nua envolvida por um cobertor, e a lareira acesa. Uma lagarta. Acolhedor, romântico, até.
A sua pele macia, o seu cheiro acriançado e terno, doce e suave, disfarçado por baixo de um Armani. Como passaria dias em seu redor.
E recordo. E penso acordá-lo e persuadi-lo a relembrar-me daquela madrugada chuvosa.
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